Candidaturas de indígenas cresce quase 30% nas Eleições 2020

O número de candidatos que, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se declararam indígenas aumentou em mais de 27% nas eleições de 2020. De acordo com dados de até o início dessa semana, haviam sido registrados 2.177 candidatos indígenas em 2020, contra 1.715 , em 2018. Esses dados foram apresentados em matéria do jornal O Globo, publicada nesta quinta-feira (08).

Contudo, mesmo com esse aumento, o número de candidaturas indígenas representa apenas 0,39% do total. Ainda assim, candidatos e representantes de movimentos sociais voltados à causa indígena enxergam a alta como um contraponto aos ataques sofridos nos últimos anos e as políticas do governo Bolsonaro para a área ambiental.

Candidaturas de indígenas por partidos

As candidaturas de indígenas são distribuídas num leque bem complexo e heterogêneo de partidos. Assim, os 2.177 candidatos indígenas estão distribuídos em 32 partidos. Destaca-se nesse ranking o Partido dos Trabalhadores (PT), que tem 263 dessas candidaturas. Ao PT, seguem o MDB e o PP, com 152. PSD (139), PDT (122), PSDB (116), DEM (106) e PC do B (99) fecham a lista daqueles partidos com mais candidaturas de indígenas.

Porém, como dito acima, esses dados representam uma parcela ínfima do número de quadros políticos que esses partidos lançam, nas Eleições 2020. As 263 candidaturas do PT, por exemplo, representam apenas 0,96% do total do partido.

Mesma proporção se experimenta com os outros com muitas candidaturas indígenas: as 152 de MDB e PP representam 0,33% e 0,39% do total de cada um dos dois partidos. O partido que mais lança indígenas proporcionalmente é o PSTU, com 3,43% de seus candidatos. Seguem na lista Rede (1,4%), UP (1,05%), PCO (1%), PT (0,96%), PSOL (0,96%) e PC do B (0,93%).

Articulação com movimentos

Diante das Eleições 2020, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) promoveu no último 31 de agosto um chamado público objetivando estimular que mais indígenas se candidatassem. A mobilização repete outra que a articulação promoveu em 2016, que teve boa aceitação ao redor do Brasil.

Um dos pontos ressaltados é referente a alguns aspectos da campanha, no que toca o uso de tecnologias. O acesso à internet e o uso das rádios comunitárias são apontados como elementos importantes.

Na matéria do jornal O Globo, há também uma distribuição dos candidatos por região no Brasil. Com efeito, destaca-se a região norte, que tem 919 candidaturas, número seguido pelo nordeste, que tem 505. Ressalta-se ainda a necessidade dessas candidaturas, diante dos constantes ataques sofridos pelas comunidades indígenas. “Os povos indígenas estão vivendo sob constante ameaça. Nós achamos por bem fazermos o enfrentamento a essa política genocida do atual momento não só no campo político, mas também no partidário”, disse Dinaman Tuxá, coordenador executivo da Apib ao O Globo.

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