Polarização Política No Brasil Motivos Para o Quadro Atual

Lula e Bolsonaro Polarização Para Eleições 2022Quem entra em qualquer portal de política nos últimos anos no Brasil, se depara constantemente com o termo “polarização“. No dicionário, “polarizar” significa a concentração em extremos opostos (de grupos, interesses, atividades etc.). Na política, o termo geralmente é evocado para se definir disputas de poder de dois grupos antagônicos (contrários).

O artigo aqui objetiva explicar brevemente sobre o quadro de polarização atual no Brasil. Mas para prosseguir a explicação, é preciso, antes, definir uma premissa: Bolsonaro e Lula, dois principais candidatos na disputa da presidência no Brasil, não representam “dois extremos”, como comumente aparece.

O atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), representa a extrema direita. Em termos políticos, Bolsonaro articula pelo menos duas características que apontam para este campo. Primeiro, articula interesses ultraliberais, contrário a políticas sociais e aliado a setores como o agronegócio e mercado financeiro. Além disso, une interesses de campo ultraconservador, como setores fundamentalistas de igrejas ou grupos como o MBL, atuando contra pautas minoritárias e em campos como a educação.

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Polarização Entre Lula e Bolsonaro

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Junta-se a isso a prática de constante confronto com as instituições. Isso leva Bolsonaro à extrema direita, uma vez que junta-se à sua agenda a particularidade de agir sempre em torno de manter a instabilidade institucional.

Por sua vez, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa uma centro-esquerda moderada. Isso indica que, apesar ter seu governo marcado por conciliação com setores empresariais diversos, também direcionou esforços a pautas sociais, como da erradicação da pobreza. Lula não está em qualquer campo “extremo”, uma vez que seus mandatos foram marcados por considerável normalidade institucional.

Então, o que nos levou à polarização atual?

Para entender a polarização atual, é preciso voltarmos aos movimentos de 2013 e às eleições de 2014. Naquele contexto, houve dois movimentos complementares. Primeiro, o surgimento do antipetismo. Essa ideia associava o partido então na presidência, o PT, com diversas mazelas, como a corrupção e a iminente crise econômica do país (sabemos hoje que isso tudo foi criado para tirar o PT do poder). Além disso, várias contradições e insuficiências se evidenciaram com o processo de obras e realização de políticas para a Copa do Mundo de 2014.

Em segundo lugar, houve uma radicalização da direita. O antipetismo, naquele contexto, se tornou um mobilizador de discursos e consciências políticas que tomaram as ruas em grandes movimentos. Junto com as críticas ao PT, vinham pautas como a exaltação do regime militar (1964-1985), defesa de agendas como a “escola sem partido”, além da rejeição de políticas como cotas nas universidades e ao Bolsa Família.

Decadência da direita moderada

Desde a redemocratização, as eleições presidenciais eram disputadas tendo a direita moderada e o PT como protagonistas. A primeira era mormente representada pelo PSDB. Porém, com a radicalização ocorrida a partir de 2013-14, essa direita perde espaço.

Isso ocorreu porque mesmo essa direita não conseguia controlar o sentimento reativo provocado naqueles movimentos de 2013-14. Isso porque ela própria, historicamente, não radicalizava em algumas pautas, como as contrárias a direitos de minorias. Além disso, carecia de figuras de grande apelo popular, além de ser historicamente associada a pautas pouco populares, como as neoliberais na economia.

Chegamos ao quadro atual

Nesse processo, direitas moderadas não obtiveram qualquer êxito. Exemplo disso foi a péssima votação do PSDB na eleição presidencial de 2018. Nesse processo, a direita radicalizada chegou ao poder, com Bolsonaro. De lá pra cá, o que sobrou de setores moderados da direita teve de optar pelo governismo ou pela sua principal oposição, o PT, que mesmo com o antipetismo conseguiu eleger a maior bancada no Congresso na última eleição.

Assim, hoje, a eleição presidencial traz duas forças políticas principais, caracterizando aquilo que chamamos de polarização. Contudo, é importante reforçar NÃO se tratarem de disputas entre “extremos opostos”, mas entre forças políticas que se organizaram em dois polos na última década. Veja: www.almg.gov.br/acompanhe/tv_assembleia/videos/index.html?idVideo=1631331.

BOA SORTE AO POVO BRASILEIRO !!

2 comentários em “Polarização Política No Brasil Motivos Para o Quadro Atual”

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