Covid-19: vacina russa induziu resposta imune, mostra artigo da The Lancet

Artigo publicado nessa sexta-feira (04) na revista The Lancet, uma das mais conceituadas do mundo em pesquisas sobre medicina, traz resultados positivos sobre a vacina russa contra o Covid-19. O artigo intitulado Safety and immunogenicity of an rAd26 and rAd5 vector-based heterologous prime-boost COVID-19 vaccine in two formulations: two open, non-randomised phase 1/2 studies from Russia diz que Sputnik V trouxe resposta imune e não apresentou resultados adversos nas fases 1 e 2. Resultados com pacientes humanos voluntários para ensaios clínicos deverão ser publicados entre outubro e novembro.

Testes com animais

O artigo foi produzido por cientistas do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya. Os testes foram feitos em primatas, hamsters sírios e camundongos transgênicos. Assim sendo, os resultados apontaram para 100% de eficácia protetora da vacina. De acordo com o artigo, os ensaios clínicos da Sputnik V não mostraram resultados adversos na fases 1 e 2 para nenhum dos seus critérios. Com efeito, a incidência desses eventos adversos noutras vacinas em estágio avançado de testes variaram de 1% a 25%.

Além disso, o artigo ainda diz que todos os voluntários desenvolveram imunidade de células T (que é uma espécie de célula de defesa do corpo), representada por células CD4 + e CD8 +. Elas garantem o reconhecimento e a destruição de células infectadas com SARS-CoV-2.

Desconfiança e parceria com o governo do Paraná

A Russia surpreendeu o mundo no mês de agosto ao anunciar o registro da primeira vacina contra o Covid-19, doença que já matou mais de 124 mil brasileiros e infectou mais de 4 milhões. Contudo, a falta de estudos divulgados em revistas científicas conceituadas gerou desconfiança sobre sua eficácia e também sobre os procedimentos para seu desenvolvimento. Ainda assim, iniciou-se uma corrida por informações sobre a dita vacina russa, o que levou o governo do Paraná a firmar uma parceria com o governo russo para seu desenvolvimento no Brasil. O artigo completo da The Lancet pode ser lido na íntegra neste link.

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